a crise está em mim. a crise sou eu.










Saturday, June 05, 2010

as horas


o que acho impressionante em Rilke é a coincidência. é o coincidir da ideia basilar de quem somos. de repente descubro alguém, apesar do século passado, que está mais próximo de mim - ou eu dele - do que qualquer outro esteve. eu sei uma verdade, ou pressinto uma verdade, que ele próprio sabe ou pressentiu. chego a sentir que não leio Rilke, releio Rilke. leio uma frase e sei a frase seguinte, conheço as palavras, mas sobretudo a existência para além delas; o conhecimento, a visão, a concepção, a prespectiva, o instinto do seu autor. e ainda que eu não saiba nada, e Rilke não saiba nada, ou ambos saibamos de forma errada alguma coisa, pelo menos eu sei, de uma forma sensorial, eu sei aquilo que não está escrito quando Rilke escreve. e isso é impressionante.

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